Há alguns anos, por causa de algo que nunca me seria possível lembrar agora, recordo-me de estar a argumentar com uma “senhora” num autocarro da Carris.
O que também ainda me recordo muito bem foi como acabou a discussão: com o meu silêncio granítico e a minha indiferença basáltica. E logo eu, que nunca desisto de fazer valer o meu ponto de vista.
Só que, a certa altura, a “senhora” baixou o nível repentinamente e a partir daí, tinha perdido imediatamente a razão, pelo que não valia mais a pena argumentar o que quer que fosse.
E o que é que isto tem a ver com os recentes actos praticados por radicas islâmicos contra interesses europeus a propósito da publicação das caricaturas do profeta Maomé?
É que queimar embaixadas e apontar com armas é perder imediatamente a razão, independente do assunto em causa. Ponto.
Assim, o mais importante seria que esses argumentos nunca nos intimidassem! A indiferença total seria a melhor arma de todas. Imagine-se nenhum destaque noticioso, nenhuma capa de jornal. Quanto alguém ameaça, o pior que pode receber de volta é a indiferença total à sua ameaça. É, nos desenhos animados, aquela situação clássica em que só se vê uma boca aberta com uns dentes enormes pingando saliva, um rugido medonho e um ratinho, em frente, completamente indiferente à situação. Cena seguinte? O feroz animal põe em causa, naturalmente, a sua virilidade!
É claro que, o segredo para tanto sangue frio é saber que, no fundo e mesmo que não pareça, se é muito mais forte. É nós, Europa, temos dúvidas?!