Amy Winehouse cantou esta noite no Rock em Lisboa com muita droga e muito álcool. Estava literalmente a curtir a trip no palco. Mas foi a reacção dos “jovens” que assistiam que verdadeiramente me chocou. Ficaram escandalizados e assobiavam.
Eu gostei muito do concerto! Mais tenho consciência que a minha opinião é minoritária. Muitos argumentam que uma artista do nível dela, paga a peso de ouro, devia comportar-se como devia e proporcionar a quem assistia um espectáculo digno do preço que pagaram.
A única coisa que não bate certo neste argumento, é a parte “artista”! Estamos a falar de uma artista, e não de uma palestra de um consultor económico, tipo Nicholas Negroponte.
Alguns dos melhores livros, quadros, musicas do nosso século foram gerados sob o efeito de muito álcool e/ou drogas.
Infelizmente, na nossa sociedade baby-siter que tudo ensina, o certinho é que deve ser.
Que longe estamos dos loucos anos 70, do “Sex, drugs and rock and roll” em que Jim Morrison aparecia bem pior em palco e a reacção do público era ligeiramente diferente: faziam uma fogueira, despiam-se e dançavam à volta dele em delírio!
O curioso é que, nessa altura Jim Morrison acabava quase preso depois dos concertos, enquanto hoje, se permite quase tudo… aparentemente. Subtilmente, a repressão está lá e funciona muito mais eficazmente.