Tenho sido muito confrontado com a seguinte questão: Mas então como se resolve o problema dos domínios que serão agora branqueados com o novo sistema?
Para um problema complexo, nada como um solução radical.
- Revogar todos os direitos previamente adquiridos em todos os domínios .pt
- Criar um período Sunrise em que todos os interessados possam requerer a posse de domínios. Durante esse período e para sites com tráfego ou subdomínios, continuar a fazer o reencaminhamento. Isto é, manter os DNS inalterados, apesar de mudarem os nomes de contacto e de proprietário.
- Distinguir casos em que nitidamente se está a querer tirar partido do valor intrínseco de um domínio, de casos em que se criou um projecto para o domínio. No primeiro caso estão incluídos domínios que nem resolvem (sem site), domínios parqueados e até mesmo domínios em MFA sites. É que os donos destes domínios investiram no valor intrínseco de um domínio, pelo qual tentarão mais tarde mais-valias, e não no valor do domínio como locar de endereçamento. Nesse caso, estão a tirar partido de uma regalia que legalmente não possuem, de acordo com os regulamentos que estavam em vigor quando registaram o domínio, pelo que o direito da sua posse deverá ser revogado.
No caso de existir no domínio um projecto sustentável, aos seus donos será atribuído o direito de propriedade plena e total comercialização (incluindo projectos em .com.pt). O website e o domínio tornar-se-iam finalmente, num todo. - Distinguir finalmente, situações claras em que, apesar de se tratar de nomes genéricos e mesmo que não exista nenhum website desenvolvido, se torna óbvio o direito ao domínio. Domínios como “publico” (jornal – marca), “financas” (estado), “farmácias” (associação nacional de farmácias). Tornar-se-ia deste modo a Internet em Portugal num processo de navegação intuitivamente natural, onde se chega, através de um determinado endereço ao sítio que a maior parte das pessoas esperaria encontrar nesse mesmo endereço, inclusive para as pessoas que o façam pela primeira vez. Isto é, quem escreve “financas.pt” espera encontrar o site das finanças e não “mulheres sexy no chat”!
Alguns podem ainda dizer que não estou a ser justo porque os que criaram sites nesses domínios “ilegais” também não tinham esse direito.
Talvez tenham razão, mas eu estou a atentar encontrar uma solução de meio termo e que obrigará os 3 ou 4 abusadores portugueses a, ou investirem algum dinheiro e desenvolverem sites em todos os domínios que compraram ou a deixar cair alguns e dar oportunidade a outros de o fazerem.
Também pretendo defender os direitos das pessoas que já usam os serviços prestados esses domínios tendo neles emails, dados, fóruns, todos, enfim todo o género de conteúdos.
No caso do online.pt, por exemplo, a FCCN não esteve com meias medidas e não acautelou a situação de milhares de webmasters que estavam a usar os subdomínio. De uma assentada, deve ter reduzido a Internet lusófona em 5 por cento em apenas dois segundos.
Acabou por criar mais uma situação para ser explorada por oportunistas. Pior a emenda que o soneto. Foi apenas uma mudança de oportunista.