Prós e Contras, RTP1: de um lado, Manuel Maria Carrilho e Emídio Rangel e do outro, José Pacheco Pereira e Ricardo Costa. Ao meio, Fátima Campos Ferreira. Tema: O recente livro queixinhas de Carrilho.
Acerca de Carrilho, pouco mais há a dizer. Respeito o senhor, do mesmo modo que respeito qualquer pessoa doente mentalmente. Recomendaria, portanto, trato afectuoso mas cauteloso, pois nunca se sabe quando se pode tornar agressivo.
Pacheco Pereira assim o fez, tratando de acalmar a fera logo no início e sempre que possível. Mas não Ricardo Costa, grande desilusão da noite. Dada a sua inteligência, tinha obrigação de saber que não se acossa uma pessoa doente. O resultado ficou à vista. Trazer à baila o episódio de Morais Sarmento e enfrentar Carrilho no mesmo tom e no mesmo delírio de achincalhamento pessoal revela, no mínimo, falta de educação.
Também com Emídio Rangel, em frases como “ele é teu amigo, está no teu telemóvel a chamada” ou “tu foste ao casamento da Maria João (se não me falha o nome da jornalista). Baixa-se o nível, perde-se a razão. E é pena, porque estava coberto dela na maior parte das vezes.
Coitado do José Pacheco Pereira. Deve ter-se arrependido mil vezes de ter aceite o convite. Lia-se amiúde nas suas expressões. O momento em que, muito provavelmente, lhe deverá mesmo ter apetecido levantar-se e ir embora foi quando Fátima Campos Ferreira lhe disse: “Você, que critica a peixeirada do Carrilho, também está, no fundo, a promovê-la ao ter vindo a este programa.” Pobre homem, é preciso muita ironia.
O desnível intelectual de Pacheco Pereira em relação aos outros participantes era de tal grandeza que muitas vezes parece que falava Chinês. E protagonizou os dois momentos chave da noite.
O primeiro foi quando disse que Carrilho “pôs-se a jeito”: Ao seja, quem vive pela imprensa morre pela imprensa. Não podia estar mais coberto de razão. Então carrilho acha que os jornalistas deixavam que ele, alem de ter a Bárbara Guimarães ainda levava a Câmara? A riqueza deve ser distribuída!
O segundo momento foi quando, acerca do tráfico de influências no jornalismo disse: “O Emídio Rangel foi director de uma estação de televisão durante anos. É impossível nunca ter tomado conhecimento como estas coisas se passam nos bastidores”! Foi de tal modo bombástica a sua afirmação que até Ricardo Costa o atacou.
Nesse momento despiu toda a gente naquela sala: É que só se queixa quem fica de fora e tem saudades da bela mama!
Ainda uma nota em relação a Bárbara Guimarães: dou-lhe no máximo em 5 anos, para estar separada. Carrilho perdeu o poder e o pudor e deve estar insuportável lá por casa! Carrilho deve ter sido o único político mágico no mundo, por ter posto um prego no seu próprio caixão, acabando de vez com a sua vida política. E dai, talvez não; já acredito em tudo.