Como aumentar a produtividade, diminuir drasticamente o desemprego e aumentar os ordenados, sem a mínima contestação social. Parece impossível? Não é. A receita é muito simples, mas é preciso ter… muita coragem.
Faz-se uma revisão total da legislação laboral que permita a coexistência de dois enquadramentos completamente dispares para os contratos de trabalho. No primeiro, tudo se mantém exactamente como até aqui e nenhuma regalia é perdida. No segundo, contudo, todas as regalias são perdidas e implementa-se a legislação mais flexível que o espaço comunitário permite. A que permite, por exemplo, despedir um trabalhador de um dia para o outro. O truque está em conseguir manter as duas a funcionar ao mesmo tempo.
Não haverá contestação, porque ninguém será afectado a não ser os novos trabalhadores. Mas até esses poderão escolher entre quais dos regimes pretendem ser enquadrados. É claro que, conhecendo como conheço a nossa gente, está-se mesmo a ver o que vai acontecer. Quando um novo empregado entrar, a ganhar, no novo regime, quase o dobro do que ganham os seus colegas, quero ver quanto tempo dura até que eles mudem para o novo regime. E estou mesmo a ver os sindicalistas atrás a dizer: “não façam isso, por favor! Não se deixem enganar”.
Estamos numa época chave. É preciso tomar decisões drásticas. A Europa já não nos deixa fazer o que Irlanda fez, quando pôs o IRC a zero. Ainda temos algumas hipóteses. Usemo-las o quanto antes, “antes de que sea tarde”.