A cena é a seguinte: Entra numa sala de aula um tipo com o cabelo espetado à punk – do tipo da anedotada do alentejano que, quando o suposto filho punk lhe chama pai ele responde que não se lembra de ter estado com um papagaio – e senta-se com ar de gozo ao lado de um miúdo com um ar ridículo, de óculos e camisa fora de moda, que lhe responde em pânico: “Eu sou dos que querem estudar”.
Não percebo porque é que ninguém percebe o que está mal em Portugal e porque é que somos o Pais menos produtivo da Europa.
O punk “tá in” e é o maior, o puto de óculos “tá out” e é ridicularizado.
Continuei a ver. Na cena seguinte, uma velhota ridiculamente “out” tenta convencer a neta que, sem um curso superior, o futuro não será risonho e a neta, muito “in” sai disparada.
Um amigo meu, que tem uma empresa de software na Bulgária, disse-me um dia:
Quem eram os putos pelos quais as miúdas mais suspiravam quando andavas no liceu? Eu respondi de imediato: os mais “cools”, os que tinham as roupas da moda, a mota e gozavam com os professores, faltavam às aulas e partiam os espelhos dos carros para se armarem em “durões”. Pois é, respondeu-me ele: Na minha escola elas gostavam mesmo era dos que tinham melhores notas!
Pela mesma lógica de ideias, sabem porque é que os Eurocratas andam em pânico com a ameaça futura que será o Império do Sol? É fácil: é que para os jovens chineses, o Eminem é Bill Gates e para os jovens Europeus, o Eminem é o Eminem.