Lia-se num jornal diário em parangonas: “O Buraco da Saúde é o principal responsável pelo extraordinário aumento do valor do défice”. Mas que diabo, ele há coisas na Saúde que não são fáceis de perceber.
Proponho-lhe que faça a seguinte experiência: tente marcar uma consulta num qualquer hospital público, da parte da tarde. Depois, tente marcar uma outra consulta num qualquer hospital privado, mas desta vez, de manhã. Muito provavelmente, não conseguiu! É que, regra geral, os hospitais públicos só têm médicos, enfermeiras, radiologistas, etc, até à hora de almoço. Imagine para onde vai a maior parte à tarde. Será que todo o pessoal está com contratos part-time? Mesmo que fosse essa a situação, o desperdício de recursos seria enorme.
E há mais, esta semana, por exemplo, em que foi feriado na Quinta-feira, todos os doentes internados ficaram em stand-by desde Quarta à hora de almoço até Segunda-feira de manhã. Não houve análises, exames, consultas ou altas para ninguém. Nem há mesmo médicos em muitos pisos. Caso se sintam pior, chamam-se os médicos que estão na urgência. Se tivessem sido operados ou tratados, muitos deles teriam tido alta mais cedo, libertando assim o Hospital de muitos encargos e melhorando a qualidade de vida destes doentes. É assim tão difícil?
E, já agora, quem é que controla as faltas, horários ou desempenho de todo o pessoal?
Na minha modesta opinião, faz falta, urgentemente, sanear todo o sistema de saúde. Ir buscar regras ao sistema privado e gerir os hospitais como empresas, com um gestor em cada piso/departamento de cada hospital!
E não se assustem. É que as empresas, para além de gostarem de dar lucro, também gostam de agradar e manter os clientes e manterem uma reputação de excelência pelos serviços que prestam.